Ponto final só terá em uma frase, um texto, uma bela peça de teatro, mais teatro algum haverá fim como a peça que interpreta por algo chamado vida e uma historia chamada minha !
André Lucas De Almeida


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Transcendência

Olho no espelho e não reconheço a imagem que está diante de mim. Tento encontrar em cada pedacinho do meu corpo algo que não sei ao certo o que é... Talvez seja algum motivo para sair um lindo sorriso dos meus lábios... Alguma lembrança, desejo ou simplesmente um sonho que aguce todo meu ser, preenchendo meu corpo como se fosse um vírus letal. Até explodir tudo de ruim que está armazenado em meu coração e minha mente. Restando apenas lembranças e momentos felizes que estão sendo escondidos atrás de tanta tristeza e mágoa.
Pensando bem poderia apagar tudo, deixando apenas espaço para novos momentos, uma nova vida.
Afinal que mal tem começar do ZERO?
Respirar novos ares, fazer novas amizades, encontrar um novo amor ou até mesmo ter novos sonhos...
Pego uma tesoura e começo a cortar meu cabelo pouco a pouco e após terminar de cortá-lo, tiro cada peça de roupa lentamente. Representando cada dia que está prestes a ser apagado. Entro dentro da banheira e deito, deixando a água cobrir meu corpo. Fecho os olhos e espero tudo ir embora com o vapor da água quente. Após algum tempo, percebo não ter sucesso algum. Uma angústia desesperadora bateu em mim, fazendo com que eu destrua todo banheiro... O espelho? Ficou estilhaçado em mil pedaços. No meio de toda aquela bagunça encontrei um frasco de Diazepam. No mesmo instante peguei e virei o frasco todo em minha boca.
Com medo de não dar certo, peguei um dos pedaços pontiagudo do espelho...
Por um breve momento fiquei ali olhando para ver o que restou... Foi o que pensei. Não restou nada. Segui lentamente de volta à banheira sentei e comecei cortar meus pulsos, fiquei observando o sangue se fundindo com a água... 
Alguns minutos depois comecei a sentir todo meu corpo latejando, minha cabeça explodia de tanta dor e meu coração acelerado.
Enfim tudo estava se esvaindo. Já não lembrava muitas coisas, apenas um olhar e um sorriso perfeito, que não lembro ao certo a quem pertence, mais era alguém que me fez feliz algum dia... Alguém que eu amei. Talvez seja esse o motivo por não pertencer mais ao mundo dos vivos.